Elenco: Saoirse Ronan, Diane Kruger, Max
Irons, Jake Abel, William Hurt, Frances Fisher, Chandler
Canterbury,
Boyd Holbrook.
Direção: Andrew Niccol
Gênero: Suspense
Duração: 125 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Orçamento: US$ 44 milhões
Sinopse: Na história, nosso planeta foi dominado por um inimigo que
não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas
mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem
suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a
tal processo. Melanie é um dos humanos "selvagens" que ainda restam,
é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a "alma"
invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de
viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de
sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma
dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se
recusa a desistir da posse de sua mente.
Um detalhe que chamou a minha
atenção foi o fato de que a maioria dos diálogos foi extraída diretamente do
livro, acho que eu nunca vi uma adaptação que tivesse feito algo assim,
geralmente boa parte das falas dos personagens se perde durante o processo de
adaptação, mas cerca de uns 70% dos diálogos originais estava lá, e creio que
este foi o principal detalhe que auxiliou na minha imersão no filme, afinal não
é isso que todo leitor deseja, ter trechos inteiros do seu livro preferido copiados
na íntegra em sua adaptação.
Aviso: esta crítica é destinada especialmente para aquelas pessoas
que já lerem o livro A Hospedeira e desejam conhecer a minha opinião sobre a
adaptação, pois a análise que eu farei dela será feita através de comparações
com a obra, então se você procura uma crítica que analise unicamente o filme,
sem comparações com o livro, este texto provavelmente não agradará você.
Quando eu descobri que o livro A
Hospedeira seria adaptado para os cinemas eu não fiquei nem um pouco feliz, tive
medo que destruíssem uma das melhores obras que eu já li na vida, um livro que
mescla romance e ficção científica na medida certa, que tem personagens
marcantes e carismáticos e que contém muitas reflexões sobre o amor e a
humanidade, e a ideia de transportar um livro que é tão denso e complexo pros
cinemas não me agradava, já que seria uma tarefa muito difícil e os grandes
estúdios hoje em dia não são exatamente reconhecidos por seu grande zelo e
cuidado nas adaptações de livros que chegam aos cinemas, e como a obra é de
autoria de Stephenie Meyer, havia o perigo de a tratarem apenas como um
“Crepúsculo com alienígenas”, e criar um filme com apenas muito romance para
agradar as meninas pré-adolescentes, mas eu confesso a todos vocês que
felizmente as minhas más previsões não se cumpriram.
Quando o filme iniciou-se eu
tinha as piores expectativas possíveis, eu realmente não esperava que nada de
positivo viesse dele, mas de acordo com que ele era projetado ele foi me
conquistando aos pouquinhos, assim como ocorreu com o livro, e quando ele terminou
eu cheguei à seguinte conclusão: ela não foi uma adaptação perfeita, mas conseguiu
trazer de volta a maior parte das emoções que eu senti quando li o livro.
Saoirse Ronan, assim como eu já esperava,
se saiu muitíssimo bem como a protagonista, mas isso não foi surpresa afinal
ela é uma atriz talentosíssima e até foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz
Coadjuvante quando tinha 13 anos pelo filme Desejo e Reparação, então eu sabia
que ela faria um bom trabalho com um personagem tão difícil quanto
Melanie/Peregrina, mesmo não possuindo o físico da personagem descrito no livro.
William Hurt não se parece nada com o Jeb que eu imaginei, mas assim como ocorreu
com Saoirse isso não foi um problema, o seu desempenho nesse papel foi ótimo e
totalmente fiel ao personagem. Jake Abel foi uma surpresa, eu não simpatizava
com o ator e nem esperava que ele conseguisse me conquistar da maneira como Ian
conseguiu no livro, mas ele estava especialmente carismático neste filme e
obteve êxito em mostrar a amabilidade infinita do personagem, ganhou o meu
respeito.
O roteiro conseguiu resumir os
eventos do livro de maneira satisfatória, mesmo com vários acontecimentos e
personagens deixados de lado o resultado final foi contentador, ele não se
limitou em apenas cortar cenas, mas também em adicionar algumas para que os
espectadores tenham uma visão mais ampla do universo criado por Meyer e para
incluir um pouco da ação que não podemos presenciar no livro devido ao tipo de
narrativa optado pela autora em seu livro, por exemplo: as cenas da perseguição
implacável da Buscadora, devido a narração em primeira pessoa nós ficamos
limitados ao ponto de vista de Peregrina/Melanie, então só podemos presenciar o
que ela vivencia, mas no filme não temos este tipo de limitação então podemos
acompanhar de perto a busca incansável da Buscadora (interpretada de forma perfeita
por Diane Kruger).
Encontrei poucos defeitos na
película, o principal deles foi a aparência das Almas, que eram excessivamente brilhante
e pouco reais, nem pareciam seres vivos de verdade, eu preferia que o visual escolhido
fosse menos espalhafatoso. Em segundo lugar, não é possível criar um vínculo
emocional tão grande com os todos os personagens da trama da mesma forma como
ocorre no livro, nele, tínhamos todo o tempo do mundo para construir um
sentimento de amor ou ódio por cada um deles, mas devido ao tempo limitado do filme
isso não ocorreu, então Kyle, que eu tanto odiei no livro acabou passando
despercebido na adaptação, e Ian e Jeb, que são meus personagens preferidos,
não têm tanto destaque.
Eu poderia escrever muito mais
neste texto sobre as minhas impressões, mas acredito que já falei os tópicos
mais importantes e não quero deixar essa crítica com aparência de uma
monografia, espero que tenham entendido o meu ponto de vista.
Nota: 9.0