Autor: Manoel Flor dos Santos
Editora: Clube dos Autores
Número de páginas: 292
Sinopse: Romance que evidencia os
obstáculos que as pessoas tinham no amor, nos desejos e nas conquistas de uma
vida prazerosa. Além do mais, fala do ser forte e do fraco, delineando seu
comportando em várias situações. Fatos envolvendo o sofrimento dos
marginalizados da época, como escravos, mulheres, cristãos-novos estão bem
focados. O tema sobre o Iluminismo e a Inquisição tem grande respaldo, em
virtude de apresentar personagens idealizadores da primeira vertente, mas
também há aqueles opositores, seguidores árduos da Igreja, como um inquisidor
basear-se em premissas defendidas na época da Inquisição da Idade Média; ele
passa a manifestar-se numa era de revoluções e transformações, opondo-se aos
novos ideais Iluministas e políticos. Em suma, a obra descreve a incessante
busca de ideais dos personagens.
Um retrato fidelíssimo do século 18 e do povo daquela época, perfeito
para conhecer mais sobre o comportamento e o pensamento dos indivíduos de um
dos períodos mais negros da história.
A Idade Média também é conhecida
como A Idade das Trevas por causa do baixíssimo desenvolvimento científico que
ocorreu nesse período, mas precisamos admitir que no século XVIII a situação
não melhorou muito, as condições em que os negros se encontravam eram mais do
que lamentável, e o controle da igreja sobre as pessoas era absoluto, ou você
contribuía de algum modo com ela ou você virava um pária, e são essas situações
que o livro retrata.
O início da leitura é um pouco
atribulado, pois o autor não tem rodeios e já joga as informações no colo do
leitor e eu precisei prestar bastante atenção para acompanhar, mas depois de
alguns capítulos eu já havia me acostumado com a narrativa e me entrosado com
os personagens, então pude seguir a leitura sem problemas. Também devo ressaltar
que fiquei feliz de ver uma representação fiel do século 18, é extremamente
irritante quando um autor não tem o cuidado necessário para descrever épocas
antigas (lembram de O Juramento de Dragon?).
Talvez o melhor ponto do livro
seja a sua narrativa, ela não é descritiva demais e nem é muito direta (algo
que ocorreu no livro anterior de Manoel), ela é um meio termo, então qualquer
tipo de leitor (experiente ou não) pode lê-lo sem problemas. Eu logo percebi
que apesar de sua narrativa simples o livro tem uma trama bem complexa e densa,
em cada capítulo existe algum acontecimento importante ou algum diálogo
impactante, sem falar que ele possui uma gama extensa de personagens, e apesar
disso ser um ponto positivo não deixa de ser um pouco frustrante às vezes, pois
quando eu estava ansioso para saber o destino de um determinado personagem ou o
que ele faria em seguida sempre demorava um pouco para descobrir, pois o ponto
de vista dos capítulos sempre era alterado.
Não tenho o que reclamar do
desenvolvimento dos personagens, cada um tem o espaço que merece, as minhas
prediletas são Marta e Constantina, que comparadas com o resto das pessoas
dessa época são muito ousadas e revolucionárias.
Se você é do tipo de leitor que
aprecia livros com conteúdo histórico é recomendável que você confira este
livro.
Nota: 8.0
Muito obrigado pela resenha e consideração pela minha obra, Rodrigo. Sucesso a você e que siga durante muito tempo com o seu blog em atividade.
ResponderExcluir