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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Resenha: Os Malogrados (Manoel Flor dos Santos)

Título: Os Malogrados
Autor: Manoel Flor dos Santos
Editora: Clube dos Autores
Número de páginas: 292
Sinopse: Romance que evidencia os obstáculos que as pessoas tinham no amor, nos desejos e nas conquistas de uma vida prazerosa. Além do mais, fala do ser forte e do fraco, delineando seu comportando em várias situações. Fatos envolvendo o sofrimento dos marginalizados da época, como escravos, mulheres, cristãos-novos estão bem focados. O tema sobre o Iluminismo e a Inquisição tem grande respaldo, em virtude de apresentar personagens idealizadores da primeira vertente, mas também há aqueles opositores, seguidores árduos da Igreja, como um inquisidor basear-se em premissas defendidas na época da Inquisição da Idade Média; ele passa a manifestar-se numa era de revoluções e transformações, opondo-se aos novos ideais Iluministas e políticos. Em suma, a obra descreve a incessante busca de ideais dos personagens.

Um retrato fidelíssimo do século 18 e do povo daquela época, perfeito para conhecer mais sobre o comportamento e o pensamento dos indivíduos de um dos períodos mais negros da história.

A Idade Média também é conhecida como A Idade das Trevas por causa do baixíssimo desenvolvimento científico que ocorreu nesse período, mas precisamos admitir que no século XVIII a situação não melhorou muito, as condições em que os negros se encontravam eram mais do que lamentável, e o controle da igreja sobre as pessoas era absoluto, ou você contribuía de algum modo com ela ou você virava um pária, e são essas situações que o livro retrata.

O início da leitura é um pouco atribulado, pois o autor não tem rodeios e já joga as informações no colo do leitor e eu precisei prestar bastante atenção para acompanhar, mas depois de alguns capítulos eu já havia me acostumado com a narrativa e me entrosado com os personagens, então pude seguir a leitura sem problemas. Também devo ressaltar que fiquei feliz de ver uma representação fiel do século 18, é extremamente irritante quando um autor não tem o cuidado necessário para descrever épocas antigas (lembram de O Juramento de Dragon?).

Talvez o melhor ponto do livro seja a sua narrativa, ela não é descritiva demais e nem é muito direta (algo que ocorreu no livro anterior de Manoel), ela é um meio termo, então qualquer tipo de leitor (experiente ou não) pode lê-lo sem problemas. Eu logo percebi que apesar de sua narrativa simples o livro tem uma trama bem complexa e densa, em cada capítulo existe algum acontecimento importante ou algum diálogo impactante, sem falar que ele possui uma gama extensa de personagens, e apesar disso ser um ponto positivo não deixa de ser um pouco frustrante às vezes, pois quando eu estava ansioso para saber o destino de um determinado personagem ou o que ele faria em seguida sempre demorava um pouco para descobrir, pois o ponto de vista dos capítulos sempre era alterado.

Não tenho o que reclamar do desenvolvimento dos personagens, cada um tem o espaço que merece, as minhas prediletas são Marta e Constantina, que comparadas com o resto das pessoas dessa época são muito ousadas e revolucionárias.

Se você é do tipo de leitor que aprecia livros com conteúdo histórico é recomendável que você confira este livro.

Nota: 8.0

Um comentário:

  1. Muito obrigado pela resenha e consideração pela minha obra, Rodrigo. Sucesso a você e que siga durante muito tempo com o seu blog em atividade.

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